domingo, 17 de abril de 2011

Kms escondidos.

Eu tinha um amigo, de longa data, sabe? Bem longa.
Tanto que nem lembro quantas caminhadas nós demos sem ter um destino, só pela companhia um do outro.
Um dia, ao esperá-lo numa praça qualquer para mais uma caminhada, matava o tempo escrevendo besteiras, ou, como geralmente digo, as besteiras se escrevendo sozinhas. Fui interrompida pelo diálogo mais curto e que mais significou para mim.
-Você cortou o cabelo.
-Você notou? - Ninguém havia notado.
-Agora ele não cobre mais seu rosto enquanto você escreve.
A declaração mais doce que eu já havia recebido em toda a minha vida.