sábado, 9 de abril de 2011

Ti dos pseudos

E enquanto os outros contam nos dedos tuas qualidades, eu procuro outras mãos para contar.
E enquanto os outros pegam suas mãos e caminham contigo, eu vou atrás para ajudar em alguma topada.
Enquanto todos os outros te amam, eu n sei o que sinto por ti.


Procuro em outras peles seu perfume.
Em outras mãos o seu toque.
Procuro até não conseguir mais achar teus fios de cabelo presos no meu travesseiro.
Acho textos antigos meus corrigidos por você.
Nas bocas de outros eu me frustro.
Das mãos alheias eu me afasto.
Chorei tanto na noite passada que não consigo ver.
Mas sinto que não consigo ver há muito tempo.
Rabisco num papel frases pra você sorrir e sinto que nunca as direi.
Ensaio serenatas, aprendo valsas, danço ao luar.
Com estrelas brilhantes, sonhos apagados e tudo mais.
Leio poemas românticos e parecem escritos em outra língua.
Lembro de meus sonhos e parecem ser de outros.
Me vejo no espelho e queimo.
Talvez como cinzas eu seja levada pelo vento.
Quem sabe parar em braços onde eu possa me encontrar.